domingo, fevereiro 01, 2015

A primeira (má) impressão

Pobre de marré, marré, marré.

O primeiro jogo oficial do Inter na temporada não deixou uma boa impressão. A parte física e o ritmo de jogo talvez explique o que não se pode desculpar com entrosamento. Afinal, apenas Léo e Nilton não eram remanescente do time que encerrara a temporada passada.

Réver e Vitinho não puderam estrear pois o registro no BID não saiu a tempo. Paulão e Ernando formaram a zaga. Rafael Moura era a outra 'novidade' do time que enfrentara o Lajeadense, devido ao desconforto muscular que tirou Nilmar do jogo que, além de ser a estréia de ambos no Gauchão, também valia a taça da Recopa Gaucha.

Nos primeiros quarenta e cinco minutos o que de melhor se viu foi um lance que nada valeu. Bola lançada à área, cabeceada de Ernando e bola se perdendo a linha de fundo, triscando a trave. O impedimento, no entanto, já havia sido assinalado.

Além disso, notou superioridade colorada na posse de bola, 63%, trocas de bola sem objetividade e longos lançamento que frustavam as tentativas de chegada ao gol alvi-azul. Fugindo ao padrões tupiniquins - que este blogueiro acha uma grande bobagem - Diego Aguirre observou mais que gesticulou, ou apontou caminhos para o time do banco de reservas.

O Lajeadense, por sua vez,  fechava a área e tentava buscar contra-ataques sem levar perigo a meta de Alisson.

A segunda etapa não seria tão diferente da anterior, exceto pelos gols e a expulsão de Léo. O lateral fez pênalti em Gilmar ao empurrar o atacante alvi-azul na área, aos 55 segundos. O próprio Gilmar bateu e abriu o placar para o Lajeadense.

Apesar do 'ambiente favorável', o time da casa não tirou proveito da superioridade numérica. Manteve o posicionamento defensivo e a aposta em contra-ataques.

De cabeça, Ernando (à diretira) venceu a defesa do Lajeadense para marcar o gol de empate Colorado. Foto: Divulgação/ S.C.Internacional.

A resposta colorada, que havia feito a recomposição da defesa com a entrada de Winck no lugar de Alex, veio numa tabela de Paulão e Ernando após cobrança de escanteio. De meia bicicleta o camisa 25 impediu que a bola se perdesse a linha de fundo e Ernando completou de cabeça, 1x1.

Depois disso viu-se um chute despretensioso de Paulo Josué que Alisson defendeu e um chute cruzado de Sasha que passou rente a trave de Luiz Müller. O Inter continuava a reter a bola, mas não conseguia criar chances reais de gol.

Novamente, o lance de maior perigo seria em uma jogada invalidada. Após cobrança de falta, em cabeceada certeira, Gilmar obrigou Alisson a fazer grande defesa, mas o impedimento já havia sido apontado pela arbitragem.

É possível que um torcedor desavisado pudesse pensar estar vendo a reprise de um jogo do ano passado, do Inter de Abel Braga. Em campo, até o apito final, repetia-se a mesma cena da temporada anterior, do time que parece não saber ao certo o que fazer quando têm a bola. 

A previsível entrada de Valdívia era só mais um um capitulo do obvio ululante, e pouco acrescentou.

Luis Muller (ao centro, carregando a taça) defendeu dois penaltis e foi decisivo na conquista da Recopa Gaúcha. Foto: Jefferson Botega/Zero Hora

O que já não agradara tornou-se ainda mais indigesto quando ao final da peleja definiria-se nos pênaltis o campeão da Recopa Gaúcha - Inter e Lajeadense garantiram 1 ponto, cada, pelo Gauchão. Assim como no ano passado, quando fora vencido ainda no tempo normal para o Pelotas, o Inter acabou derrotado, 3x1, pelo anfitrião de Lajeado, campeão da Recopa.

A sequência de 'coincidências' pode suscitar desconfiança no torcedor Colorado: "Começando como começou, terminará com a comemoração da vaga a Libertadores?"

Prematuro, no entanto, seria fazer prever qualquer coisa do tipo para um lado ou outro, em cima apenas de uma partida, mal jogada é verdade, que pode não ter agradado àquele torcedor que esperava poder, desde já, notar diferenças entre o que foi a temporada anterior e o time que entrou em campo hoje, mas, ainda assim, um jogo. 

Antes é preciso dar tempo para que Aguirre possa fazer o time jogar ao seu jeito, entender o que ele pretende, o que espera de cada um. Tempo para que possa definir os seus 11 titulares - lembrando daqueles que não estiveram em campo hoje e quem ainda está para chegar, como o caso do volante Anderson, ex Manchester, que deverá ser anunciado nesta segunda-feira. Tempo não cabe em apenas um jogo, o primeiro, menos ainda.

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