terça-feira, dezembro 02, 2014

Quem será?

Cogitado pelo Corinthians, Abel Braga tem um pé dentro e outro fora do Inter. Foto: Divulgação/SC Internacional.

Em cinco dias se encerra a temporada do futebol tupiniquim. A próxima, no entanto, já começou, ao menos, nos bastidores: quem fica? Quem sai? Quem chega?

Quem treinará o Internacional em 2015?

No sábado pós vitória sobre o Palmeiras que lhe garantiu uma vaga na Libertadores do ano que vem, Abel Braga disse já ter seu futuro definido. O anuncio, no entanto, só se dará quando se encerrar a peleja contra o Figueirense no próximo sábado.

Nos bastidores - de ambas as chapas que disputarão o segundo turno da eleição presidencial em 13 de dezembro - sua saída é dada como certa. Seria uma decisão acertada?

Os números dizem que não. Em 67 jogos disputados no ano o Inter venceu 39, empatou 11 e perdeu 17 vezes.

A decepção vem quando se analisa os resultados. Apesar do título gaúcho, o Inter não disputou, realmente, nenhum outro caneco na temporada, mesmo ficando 27 das 37 rodadas já jogadas no Brasileirão entre os 4 melhores, duas das quais em 1º e outras quatro na vice-liderança.

Faça um exercício reflexivo: o Inter tem time pior que os semifinalistas da Copa do Brasil, Flamengo e Santos? Mesmo assim, foi melancolicamente eliminado na Copa do Brasil, ao perder duas para o Ceará e cairia também, sem seguida, Sul-Americana, diante do Bahia.

O futebol jogado pelo Colorado também não é muito animador. Apesar de ter um meio de campo qualificado ofensivamente, no restante o Inter é um time mediano para bom.

Um time sem atacantes, de qualidade, que teve de recorrer, uma vez, mais a Nilmar, mesmo este estando sem ritmo para jogar e ajudar, de fato, o time. 

Meus Deus, o Inter não tem um único atacante na categoria de base melhor que Rafael Moura ou Welington Paulista? Nem se pede muito...

O futebol tacanho, que apostava nos chutões, no achar um gol e administrar o placar. As mesmas alterações sempre, mesmo diante de panoramas que pediam outras escolhas.

Tite e Mano Mezenes são os nomes mais comentados quando o assunto é o substituto de Abel no Colorado.

O primeiro, apesar dos bons resultados recentes no Corinthians, pode esbarrar, no entanto, em duas circunstancias: o alto salário e a relação com D'Alessandro, principal referencia do time que renovou contrato com clube a pouco mais de um mês.

O segundo tem contra si, ele próprio. A retranca, os insucessos seguidos na seleção, Flamengo e Corinthians, além da ligação com Grêmio, que treinara outrora.

Se o Inter planeja um ano diferente, seriam estes os nomes certos? Afinal, futebol burocrático combina tanto com Tite e Mano, quanto com Abel.

O mercado, por outro lado, não oferece muitas opções, uma vez que Marcelo Oliveira, Levir Culpi e Muricy Ramalho, que digerem hoje os times que melhor jogam no país, devem permanecer em seus postos.

A nova geração também não empolga, vide os caminhos que tomaram, por exemplo, Vagner Mancini, Dorival Junior, Ney Franco e Enderson Moreira - este ultimo em referencia ao trabalho no Grêmio, principalmente.

A aposta em um técnico estrangeiro, ao menos que se tem conhecimento, não se cogita , devidos as ultimas experiências.

Então, quem será o técnico do Inter no ano que vem? 

O blogueiro, tivesse este poder, apostaria em Cristovão Borges, hoje no Fluminense.

- O que? Mas o time que ele dirige nem vai a Libertadores. E a goleada para a Chapecoense em casa?

Pulemos a goleada para linguiça atômica catarinense - de propósito - e lidaremos apenas com futebol. O Fred da Copa e o atual artilheiro do Brasileirão, você acha mesmo que não há ali um trabalho do treinador?

Além disso, há questões extracampo no tricolor das laranjeiras que influíram diretamente nas quatro linhas, como salários atrasados e pressão, seguida de violência, da 'torcida'. Não custa lembrar, também, que o Fluminense têm praticamente o mesmo time que foi rebaixado em campo na temporada passada. Diferentemente, no entanto, do ano passado, o tricolor joga, derrapa por vezes, mas joga e joga pra frente, tem até jogadas ensaiadas.

Essa sinuca de bico que parece ser a definição de um novo técnico colorado, pode terminar na manutenção de Abel Braga no cargo, alicerçado no discurso comum de que ele é o técnico que classificou o time para a Libertadores, além de ter ligação e ser um exímio conhecedor do clube. 

Um erro de avaliação ao se considerar o que se planejou para o ano e o que se conquistou na prática, como se expôs anteriormente, mas se ocorrer, que seja um novo Abel o técnico do Inter e não este que encerra a temporada no próximo sábado. 

Que seja um Abel capaz de dar padrão de jogo ao time, capaz de alterar um jogador e fazer mudar a história da partida. Um técnico que possa construir uma equipe que faça o torcedor colorado comemorar títulos e não se contentar com um vaga - mesmo que esse tenha sido o melhor dos seus resultados em 2 anos.

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